terça-feira, setembro 20, 2011

Covardia, fraqueza, pavor ...



E por medo você vai deixando de tentar, de arriscar, de ousar. Vai preferindo está parado, imóvel, quieto por medo de se machucar. Vai se acostumando com rotina inalterada, semelhante, igual porque o novo te causa fobia. E de tanto comodismo e medo vai ficando só, isolado, solitário. E de repente a alegria foi-se embora, disse adeus, não mais voltou e com ela foi-se também teu último suspiro de vida.

Nostalgia.

Era domingo. Barulho de crianças correndo na casa. Mulheres conversando na cozinha enquanto preparavam o almoço do dia. Seus maridos costumavam pescar enquanto tomavam algo. Família toda reunida. Às nove horas, meu avô, nos levava para refrescar-nos no açude. Ficávamos lá por horas. Lembro-me que ele sentava sempre em uma pedra bem em frente ao açude, onde podia olhar a todos. Às vezes dava um grito ou outro quando alguém insistia em atravessá-lo. Depois de muita insistência, e ainda contra vontade íamos embora, no caminho passávamos no pé de goiaba. Era uma aventura. Tínhamos que driblar formigas e abelhas, além de subir nos altos da goiabeira, perigando cair. Mais nós adorávamos tudo aquilo. Depois, cada um com uma goiaba na boca, subia para casa. Já era hora do almoço, sentávamos todos a mesa, meu vô sempre sentado a ponta e minha vó, tenho poucas lembranças dela junto a nós nas refeições. Ela estava sempre servindo, ajeitando uma coisa ou outra. E depois de alimentados nos juntávamos novamente e continuávamos nossas brincadeiras. Logo o dia se ia, e tínhamos todos que voltar para casa e deixar aquele paraíso. Saíamos de lá sempre esperando o próximo domingo, ou melhor, as férias.


LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...