quinta-feira, junho 16, 2011

Num bar, uma dose.


Ela entra no bar, senta-se. Parece triste. Dessa vez ela está sozinha, pede uma dose. O primeiro gole parece rasgar-lhe a garganta, mas ela não fraqueja. Pede a segunda, a terceira, a quarta... Pede até que não se possa mais contá-las. Agora ela já não está mais triste, ela rir com o garçom, ela rir com o garotão que sentou ao seu lado, ela rir também com o quarentão apressado, ela rir, ela rir, ela dar gargalhadas sozinha. Continua pedindo doses e mais doses e cada vez mais feliz e cada vez mais sorridente. Até que as tais doses não são suficientes para esboçar nem mesmo um sorriso discreto. Ela parece ser apresentada a si mesmo, com quem percebesse não mais se enganar. Ela fecha-se dentro de si e não pede sequer mais uma dose. Depois de um tempo com a cabeça sob o balcão, chorando, talvez. Vai embora. Triste, como aqui chegou.

Falta.


Três da manhã... E ainda me pergunto o que vim fazer aqui, onde essa multidão se diverte a um som ainda indecifrável.  É, eles estão tão felizes que nem sentiriam a falta minha se daqui eu fosse embora. Afasto-me, procuro um lugar onde não se escute a alegria extravagante desses que me fazem invisível. Procuro um lugar em que eu possa descansar meu corpo, que seja escuro e que principalmente que não se escute nenhum som. Quero parecer invisível pra mim também. Preciso de um lugar pra pensar, pra decidir... 

Encontrei um lugar quase perfeito, aqui minha alma começa a desprende-se do corpo, desse corpo insignificante que não merecia nem mesmo a morte, mas é a única que me estende a mão e que parece me dar uma solução. E ela me cobra uma resposta a sua mão estendida, me cobra uma decisão, mas nem para isso. Na verdade minha alma já morreu, acho que ela nunca teve vida, sempre fui apenas um corpo perambulando na terra, no meu quarto escuro, na minha vida sem graça, na minha falta de amor. Amor? Nem sei o que é isso, na minha vida escura e sombria amor é apenas uma palavra sussurrada, quase nem ouvida.

Olho para baixo, lá fora os carros passam ferozmente e até eles parecem se divertir e se divertem com a minha falta de coragem de dar fim ao que nunca existiu.

Mas a morte ainda está lá, com sua mão estendida e parece não querer desistir de levar-me enfim com ela. Tenho que nesta vida tão cheia de nada ter ao menos coragem e...

Já me decidi. Agora sim está tudo perfeito!

quinta-feira, junho 09, 2011

Despedida. Ou seria amor próprio?!

            Acabou.

      Já fiz de tudo por nós, mas cheguei ao meu limite. Tudo isso que antes parecia suportável, hoje, não me deixa viver. Sempre fui de entender tudo e a todos, mas agora... Acho que preciso rever o que me faz realmente bem.

      Mas quero que saibas e nunca, nem mesmo por um segundo, duvides do imenso amor que tenho por ti. Você nem imagina o quão difícil é está aqui lhe escrevendo estas tremulas e mal traçadas linhas, mas certamente eu viria a fracassar se teus olhos eu visse outra vez e então voltaria a contentar-me com uma migalha que fosse do teu amor e isso já não me é suficiente e nem mesmo seria justo com nós dois.

      Estas maldosas e cruéis palavras não ferem somente a ti, que deve está sentindo-se abandonado, renegado devido  teu infeliz ego. Esse ego sempre presente tornando-te quase um robô. Bem, ao dizer-te isso vai-se toda a minha alegria, mas como consolo é depositado em mim a esperança de um dia, quem sabe, eu volte a ser feliz. Mas não me arrependo do nosso amor,ou melhor, do meu amor. Tudo foi um lindo sonho.

     Sei que meus dias já não serão mais os mesmos, nada será. Mas se eu já não era tão feliz como quando começamos e não foi o meu amor por ti que teve fim só me resta acabar com tudo isso agora.

     Tudo que um dia fez parte da nossa história será agora componente de uma lixeira qualquer e esta, vai ser apenas uma tentativa de esquecê-lo. Também será excluído teu número mesmo sendo impossível apagá-lo da minha memória. Todas as mensagens também serão excluídas mesmo que todas as noites ao descansar minha cabeça no travesseiro eu espere ser acordada por uma mensagem tua, pedindo que eu volte e principalmente dizendo me amar.

     Talvez eu me arrependa de não ter continuado a tentar, serão muitas as noites em que eu chorarei lembrando-me do nosso primeiro beijo ou pensando no que estaríamos fazendo se estivéssemos juntos. Talvez eu pense que esse amor nunca vai acabar e que eu sofrerei até a minha súbita morte. Talvez eu queira esquecer que eu também preciso ser amada, que eu posso amar por nós dois e corra para os teus braços... Mas agora ou depois eu teria que passar por isso e é melhor que seja já.

     Mas talvez e é o que espero, um dia eu acorde e tu terás sido apenas uma lembrança, talvez ainda haja alguma mágoa, mas serás um vaga lembrança. E nesse dia eu terei enfim aprendido que amor que não há nada melhor que um amor correspondido.










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quarta-feira, junho 08, 2011

RECOMENDO!

  

“Você conhece o lugar: é onde você está sozinho - e talvez com Deus, se acredita Nele. É claro que Deus pode estar lá, mesmo que você não acredite. Isso seria bem o jeito de Deus. Não é à toa que ele é chamado de O Grande Intrometido.”

Você já se imaginou passar um fim de semana com Deus? Não falo nele como espírito, falo nele na sua forma humana, sentado ao seu lado e te dando a oportunidade de um bom papo. Respondendo as tuas inúmeras dúvidas e talvez te fazendo um homem melhor.

“Em um mundo cruel e injusto. A cabana levanta um questionamento atemporal: se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar o nosso sofrimento?”

O livro “A Cabana- William P. Young” retrata a experiência única e segundo ele real de um amigo e sua conversa com Deus.  
É uma história contagiante. É como se as palavras estivessem todas unidas por uma espécie de corrente muito forte impossível de ser rompida antes da última palavra, antes do fim.

E, como diz na contra capa:

“Esta história deve ser lida como se fosse uma oração – a melhor forma de oração, cheia de ternura, amor, transparência e surpresas.”

“Se prestarmos bastante atenção, sempre conseguiremos descobrir alguma compensação no sofrimento.”

Leiam.


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sábado, junho 04, 2011

O meu NADA.

   Hoje decidi que iria escrever. Há um tempo não faço isso e sei que estava precisando descarregar, de alguma forma, esse turbilhão de pensamentos e dúvidas constantes presentes no meu ser. Mas não queria falar sobre mim -não sou muito interessante-.

   Como sempre, gosto de ouvir uma boa música na busca de concentrar-me ou mesmo como fonte de inspiração e hoje, não foi diferente. Estava ouvindo “Piano bar- Humberto Gessinger” que há muito não estava presente na minha lista de reprodução. Foi quando ouvi aquela frase um tanto quanto esquecida em meio a várias outras aparentemente mais belas.

"Na verdade, nada é uma palavra esperando tradução" 

   Essa frase, para alguns até clichê, me fez tentar traduzi-la.
No dicionário NADA significa: 1 O não-ser, o que não existe. 2 Coisa nula. 3 Insignificância. 4 Inutilidade. 5 Nenhuma coisa. 6 Muito pouco. 7 De nenhuma maneira. 8 Não.

   Mas para mim, NADA é tudo aquilo que você, por vontade própria, o atribui.

   O NADA pode ser vazio, como remete seu significado, mas também pode, e na maioria das vezes é, repleto, cheio. O meu NADA, por exemplo, nunca é nada realmente. O meu nada é tudo. Tudo que não quero dizer, tudo que me incomoda, tudo que me deixa feliz ou mesmo triste, tudo que foi ou pode ser, tudo que não quero ou sonho ter. 
         
   Para traduzir, com clareza, o meu NADA por completo deveria ter o seguinte significado: 1 Totalidade ou universalidade do que existe. 2 Qualquer coisa, considerada na sua totalidade.





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