Ela entra no bar, senta-se. Parece triste. Dessa vez ela está sozinha, pede uma dose. O primeiro gole parece rasgar-lhe a garganta, mas ela não fraqueja. Pede a segunda, a terceira, a quarta... Pede até que não se possa mais contá-las. Agora ela já não está mais triste, ela rir com o garçom, ela rir com o garotão que sentou ao seu lado, ela rir também com o quarentão apressado, ela rir, ela rir, ela dar gargalhadas sozinha. Continua pedindo doses e mais doses e cada vez mais feliz e cada vez mais sorridente. Até que as tais doses não são suficientes para esboçar nem mesmo um sorriso discreto. Ela parece ser apresentada a si mesmo, com quem percebesse não mais se enganar. Ela fecha-se dentro de si e não pede sequer mais uma dose. Depois de um tempo com a cabeça sob o balcão, chorando, talvez. Vai embora. Triste, como aqui chegou.
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